Ao canto da tela o relógio marcava que tecnicamente já se
fazia uma hora e um minuto de um novo dia, e a garota dos coturnos ainda não se
permitia ser levada por Orfeu em uma jornada de sono, desta forma o dia
anterior ainda não lhe tinha acabado. Inquieta em sua cama, a garota tentava se
decidir onde colocaria toda aquela energia fruto da nostalgia de mais um final
de ano. Caneta e diário ou teclado e notebook?
Sim, mais um final de ano. Mas desta vez as coisas são
diferentes, porque é agora que tudo começa, e é agora que tudo termina, porque
antes havia a certeza de um futuro provável, onde veria seus amigos todos os
dias ou brigaria com os pais para não ir há escola, mas agora a única certeza é
de que acabou. A escola acabou, e a vida tem que começar, uma vida pré- adulta,
onde está garota terá que fazer as escolhas certas; escolhas que começam desde
a decisão de levantar para trabalhar ou dormir e depois usar uma desculpa e
perder a confiança do chefe para uma semana depois ser despedida.
Não, ela não estava sendo exagerada, mas era engraçado
imaginar aquela cena entre tantas lagrimas. aah aquelas doces e amargas
lagrimas, e naquele momento nem mesmo ela entendia por qual motivo o atlântico
decidirá desaguar por seus olhos, era tristeza? Dor? Culpa? Raiva? Ou amor?
PIMMM! E Então ela se FAZ nota, era tudo!
Ao som de “peaple help the peaple” ela se perde mais uma vez
em suas perguntas sobre como o ano coisas, e porque naquela maldita madrugada
ela se lembrava apenas das coisas ruins. Talvez seja a influência da música
triste porque no instante que a música acabou fleches de coisas boas lhe
roubaram a visão. Era o sorriso da amiga ao lhe encontrar após a troca de turno
que ambas haviam feito ou até mesmo o último beijo de antigo amor (ou isso
seria uma coisa triste?)
E enquanto tenta achar um final para aquele texto ela
tropeça na velha caixa de lembranças e acha seu antigo proposito de vida, achar
o amor; e só então, eureca!! ela descobre, ela percebe, ela percebe o que a
todo instante estava ali e mais um pouco, ela percebe que aquele proposito não
é tão antigo, porque ela ainda tenta fazer isto, achar o amor, percebe também o
quão ridículo e chato é escrever em terceira pessoa sobre si mesmo. ¬¬
Ta, Parei. E Sobre o Amor, Ah o amor... sim; penso que ainda
quero encontra-lo, porque depois de tudo ainda acredito que ele exista, mas não
da forma que conheci, porque amor... O amor de verdade, ele não deve lhe
machucar e nem ser sinônimo de prisão, porque isto não é bom. Penso também e
acredito que o amor seja ao contrario disto, seja o querer ficar. Coisa que tem
sido difícil de se achar, quando tudo lhe dá motivos para partir. E como um
final de ano, este é um texto sem final previsível que não pode ser planejado,
porque é fruto do agora e que em dois segundos será o antes, até que tudo não
passe de o delírio de uma mente cansadapassou tão rápido, e em como passou tão
devagar a ponto de lhe permitir viver todas aquelas
Nenhum comentário:
Postar um comentário