“E a cada dia eu vejo que estou mais longe da minha infância,
e mais perto de alguma coisa que eu tenho medo. Medo? talvez não seja essa a
palavra, é que antes o problema era que meu irmão tinha escondido minha boneca,
e bastava uma lagrima pra minha mãe e lá estava a minha boneca, agora os
problemas não podem ser resolvidos por minha mãe, e nem por uma lagrima…”-Bruna
vieira
Tipo...esse é um dos textos que eu nunca imaginei que
postaria aqui, porque só de pensar nas coisas que vou escrever que são as
coisas que estou pensando no momento; um momento muito alucinante, eu me sinto
muito clichê, porque parece que tenho 30 anos e tô olhando pra atrás e vendo
uma adolescente passando por um drama de adolescência, o que é normal, mas eu não
consigo aceitar, porque poxa...e já vivi tantas coisas pra alguém na minha
idade que até a irmãzinha da igreja comenta- você só tem dezesseis mesmo?, eu
respondo – sim irmã, porque?, ela responde- você tem a cabeça de uma mulher de 20.
Beleza, sou madura? Ok, consigo tomar decisões sabias e
maduras? Não. Eu realmente passei por MUITA coisa, e posso colocar essa coisa
de “muita coisa” em coisa ruim. Em tombos, batidas na porta de vidro,
escorregão na escada, ou em um simples corte na hora de descascar o alho para o
arroz (é eu sempre faço isso-risos) enfim...apesar de ser bem madura, estou
sempre escolhendo e fazendo coisas erradas, sempre caindo, despencando ou me
jogando. Porque na minha cabeça, em teoria a vida é tão mais fácil? E na
pratica tãããããããão difícil?
Há três meses passei por um momento difícil, e há quase dois
meses passei pelo o que pareceu ter sido o pior momento da minha vida, e eu
fiquei tão abalada, tão no chão, que pensei “porra...onde foi parar aquela
maturidade que a professora de história e português do nono ano dizia que eu
tinha de sobra?” e pensei também, “não dá pra pular pra parte do eu passei, sobrevivi e superei?” e
quando esse momento realmente chegou eu pensei “manuuu, como vim parar aqui?” e
foi tão rápido...que eu nem vi.
Mas aqui novamente estou
eu, tendo que fazer mais escolhas, porque como os professores do meu último ano
na escola estão dizendo “esse é um ano de escolhas” “se vocês não escolherem
agora a vida vai passar e vocês vão ficar”, tá legal, eu sei que o vestiba tá
ai, eu tô batendo na porta da faculdade, eu não me esqueci professora, eu não me
esqueci pais, irmãos, tios e amigos, eu sei disso, e se perguntarem, “o que
você vai fazer de faculdade?” vou responder com um sorriso bem grande “Engenharia
de produção” só pra ver a cara de vocês ao dizer “puts..você sonha alto garota”.
pra que colocar tanto medo? É só a decisão que vai construir minha vida, nada
demais. Afinal, já aguentei tantos tombos? Só mais esse não faz mal.
Não cara, não dá pra ser assim, eu não quero mais apreender
com os tombos, não dá pra fazer as escolhas certas de uma vez e ser feliz para
sempre como conta no final daquele livro chato que a professora me fez ler na
primeira série? E sei lá, será que aquele velho ditado que mamãe me ensinou de
que “a pressa é inimiga da perfeição” ninguém leva a sério de verdade? É estranho
eu dizer isso quando há duas semanas eu era a pessoa mais descontrolada,
impaciente e super emotiva, quando no agora sou eu que estou mandando aquela mensagem
“preciso de um tempo pra pensar”.
Infelizmente, esse texto não terá um final moralista como os
outros, que venho postando a quase Dois anos, a única coisa que posso dizer é,
porque estão me dando escolhas de uma pessoa de vinte e poucos quando acabei de
fazer dezesseis? Porque quando as coisas estão ficando melhor ou passam muito rápido
ou são presságios de coisas piores? Agora vocês entendem porque eu não postaria
esse texto? Depois de tudo...não acredito que estou passando por uma crise de
amor. Não credito que depois daquele teste que confirmou que meu lado esquerdo,
o da estratégia, fala mais alto o lado direito, do emocional, vai me derrubar
outra vez.porque tem aquele lado que diz, "não da pra jogar ou engavetar esses planos", ai tem o outro que diz "mas pra chegar lá tem tantas coisas pra abrir mão". Caaaara.. Eu não acredito.
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