terça-feira, 3 de maio de 2016

A necessidade do antagônico

(dê play na musica para ler) 


Eram nove horas da manhã de uma terça qualquer, de uma semana comum, em um mês entre outros doze, de um ano a mais. Abri os olhos e vi o sol cativante e convidativo a me tentar, eu queria levantar, juro que queria, mas estava presa as minhas frustrações e nem mesmo o café amargamente confuso, feito horas mais tarde e depois de uma longa briga com a cama, ou o “bom dia” lírico DELE, foram capazes de me energizar o suficiente para acordar em plenitude.

É engraçado sabe? Não importa o quão experiente você seja, ou o quanto entenda sobre os sentimentos, sobre a vida e sua dinâmica, você nunca esta preparado para enfrentar a frustração, porque na maioria das vezes, ela é “apenas” outra versão sua, te apontando do que fez ou deixou de fazer para estar onde esta; é ai então que, uma guerra interna é travada, nos machucamos de todas as formas possíveis, e quando não há o que fazer no interior, culpamos o exterior, e em um ultimo round, questionamos aos céus, a vida, a Deus, o porque as coisas são como são, ou porque não estamos onde gostaríamos de estar.

Mas como eu disse: eu Juro que queria levantar, ou melhor, Eu queria Acordar. E em tentativa disto, decidi que sairia dali, de casa; do quarto, da cama, do café sem graça e das guerras internas. Entrei no ônibus rumo a biblioteca da faculdade, coloquei o fone e enquanto as melodias motivacionais de “Os Arraias” tocavam em minha play list, senti a presença de alguém a me observar, “ tem alguém sentado aqui?” perguntou o alguém, em um sinal com a cabeça, disse que não; O Rapaz se sentou, e como eu já esperava, se dispôs a falar... Sobre a família, sobre a faculdade, sobre seus sonhos e seus porquês, e quando por fim cansou de falar de si próprio, disse: “ criei uma história para explicar o porque ainda não estamos onde gostaríamos. Quer ouvir?”, mais uma vez com a cabeça e sem muito ânimo, disse que sim.

E agora, não importa o quanto me esforce, sou incapaz de descrever com tantos detalhes as tantas coisas que foram ditas; mas não posso me esquecer -nunca me esquecerei- de sua ultima frase antes de descer inesperadamente do ônibus: “Deus chamou Davi para reinar  enquanto jovem, mas Davi foi Rei em sua velhice”, e lá se foi o alguém.

A grande questão é, por mais difícil que seja superar as frustrações, nós precisamos delas, assim como precisamos das pedras no caminho, dos espinhos no pé ou até mesmo dos gigantes, pois bem dizia Heráclito que “é pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e evolui”, e por mais clichê que isso pareça, devo reafirmar que estas coisas realmente nós fazem mais fortes, nos fazem crescer e amadurecer, e eu sei que quando caímos ou erramos, a frustração nos machuca e dói, e como dói, mas como também me foi dito: “Deus nos conhece, e nunca dá uma carga maior do que a que podemos carregar”.


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