O sangue quente escorria pela minha bochecha, em minhas mãos
tremulas, oque restara de minha laça partiu furiosamente para seu peito, mas
ele tem reflexos bons, é um guerreiro ágil e rápido, logo se defendendo e atacando
antes que eu posso piscar; meu escudo, já trincado, aguentara apenas mais
alguns segundos, é claro que já vejo a morte, quero dizer, toda a vida passando
em meus olhos, e tudo que consigo pensar, é que acabou, que perdi, todas as
estratégias que fiz em minha vida, foram em vão, assim como os sonhos.
“ crac”, meu braço quebrou, a dor de tentar manter o escudo,
é de enlouquecer, solto a lança para junto do outro braço tentar ter mais
resistência, já posso sentir sua fria lança sobre meu peito, e então me lembro,
a faca, é eu tenho uma faca, uma válvula de escape, no último momento
discretamente, gritando de dor para distrai-lo eu a pego, e cravo em sua perna
que agora pressionava o pé em meu pescoço, em um urro de dor, ele se afasta,
tempo suficiente para mim rolar saindo de baixo de seus pés, com o sangue e suor
a jorrar cada vez mais em meu rosto, e com a dor alucinante no braço, me
levanto, devolvo a analise ocular, e me preparo para uma nova batalha.
Acho que li em algum lugar, que é comum, a falta de
confiança em um primeiro relacionamento, principalmente se um dos dois for mais
velho ou já ter tido outros relacionamentos, é claro que idade nunca foi
problema pra mim, mas acho que até o momento, não havia pensado na idade
mental, ou melhor, nas experiências que nos fazem mais maduros, como eu disse a
algum tempo aqui neste blog, sempre me senti uma princesinha presa e bem
guardada em seu castelo, eu ia a escola, depois para casa, amigos me visitavam,
eu não visitava amigos, igreja e casa, e sempre imaginei que um príncipe me
libertaria, é, como minha mãe dizia, desejar que a vida seja um conto de fadas,
nem sempre faz bem ao coração, primeiro, fomos Romeu e Julieta, depois, Shrek e
Fiona, e agora, somos apenas nós, o verdadeiro eu.
Duas cabeças diferentes, uma orgulhosa demais, e a outra
insegura demais. Não sei se há cura para isso, mas aos poucos sinto que meu
escudo, o amor, esta trincando, e a lança, brigas e discórdias, estão cada vez
mais fria e mais forte, e nós os guerreiros? Esgotados, machucados e quebrados.
Essa é a primeira história desse blog em que eu, a autora, não sei o final. Eu queria
lhe poupar, me poupar de escolher caminhos, mas infelizmente, escolher, é a lei
da vida. Pois ficar em cima do muro, com
o tempo se torna tedioso. E o tédio nos deixa nervosos, e o nervosismo nos
deixa agressivos. E então uma guerra começa.
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