terça-feira, 6 de março de 2012

uma porta para o fim.

Naquele dia eu havia acordado mais cedo, pois antes mesmo de ir a escola teria de passar na cabana. Fui até o espelho. Eu estava horrível. Pele pálida quase sem cor, meus lábios estavam secos e rachados, olhos fundos e cansados. Lavei o rosto, escovei os dentes e mesmo assim ainda me sentia cansada. Decidi tomar um banho, lavar o cabelo e me sentar um pouco enquanto deixava ah água escorrer pelos meus ombros. Mas antes mesmo disso ao tirar o pijama de bolinha fiquei ali imóvel por alguns minutos, contando apenas com os olhos os ossos das costelas, estava magra de mais, liguei o chuveiro e ali me sentei, e logo fui levada por uma onda de pensamentos, me recordo que em algum momento lagrimas escorreram pelo meu rosto, mas logo podia me sentir tensa novamente. Levantei-me, peguei a toalha e me dirigi até a porta do quarto, observei o quanto havia o deixado desarrumado nos últimos dias, mas logo ignorei. Coloquei uma calça jeans, minhas botas, uma camiseta ( aquela que havia ganhado no natal passado de um amigo) com estampas do Led Zeppelin, meu velho casaco de couro, e luvas. Pois estava frio. Fui até o criado e peguei aquela pequena caixinha, parecia um mini cofre, era preta e com alguns desenhos de corações, quando a abri logo avistei aquela coisinhas compridas e brancas, lá estavam o que restara de seus dedos, lembrança do nosso ultimo encontro. Naquele momento ainda me recordava de seu rosto sujo, suado e deprimente, recheado de lagrimas me pedindo para que não, não os cortasse. Afinal precisaria deles para realizar seu grande sonho, mas havia me tornado tão fria que Simplesmente fingi não telo escutado, eu poderia ter matado-o, mas decidir deixá-lo viver para que pudeçe sentir em todos os dias de sua vida, a mesma dor senti quando foi embora e levou consigo todos aqueles sonhos e planos que havia feito. Peguei a chave do pequeno chalé que havia alugado alguns produtos para a limpeza dele e então comecei a me dirigir até lá, de apé mesmo, pois ficava a apenas três quadras de casa. Ao chegar senti um grande enjôo, o lugar ainda cheirava sangue, ao abrir a porta, entrei lentamente abri as poucas janelas e comei a limpar os grandes rastros de sangue, comecei a me lembrar do quanto havia me sentido bem nos primeiros dias, pois teria achado que a vingança me traria paz, mas então um pouco depois pude ver o quanto havia me tornado igualmente a ele. Aquela frieza ainda anestesiava meu peito até aquele momento. E foi então que compreendi a tamanha burrada. Sentei-me naquela mesma cadeira em que havia o amarrado e não pude conter as lagrimas. Os dias tinham sido cansativos pois á não conseguia dormi bem, minha mente me sufocava. Queria gritar ou ao menos sussurrar ao ouvindo de um amigo o que estava acontecendo. Mas já não os tinham mais. Pois já me olhavam com medo ou talvez vergonha. Minha família? Já não existia, pois matei quando matei todos os sonhos dele...e ali estava eu sem razoes..perdida em meia a escuridão. Agora já não tinha mais volta os erros já haviam sidos cometidos agora era só, esperar até que meu castigo chegasse ou até mesmo que o diabo me lavasse. Vingança não significa paz ou justiça, mas sim morte ou solidão eterna.

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