sexta-feira, 2 de março de 2012

abismos...

Começou quando ele disse que tudo foi sempre uma mentira, que nunca houve amor e que a culpa de tudo era minha. Aquilo foi como se tivessem me atingido no peito cm uma pedra, não cortou, mas doeu, não tive ferimentos visíveis, sobre a pele apenas roxos, mas aquilo era pouco perto do grande estrago feito por dentro. Eu já o havia perdoado uma vez, podia muito bem ter o perdoado de novo, mas do que adiantaria, era ele quem já não queria. Meu mundo desabou. Os dias pareciam ser todos iguais, era como se eu caminha-se sem rumo, sem objetivos, como se tudo não fizesse sentido, como se a vida não valesse a pena. Logo o remorso bateu em minha porta, e então não pude conter as lagrimas e mais uma vez fui ao chão. Por muitas vezes me perguntei qual havia sido meu erro? Por que aquilo tinha que ter acontecido logo comigo? Onde esta Deus agora? Foi então que desejei nunca ter questionado aquilo, pois já havia esquecido que não perguntei a Deus antes de tudo. Talvez em alguns simples gestos ele tenha tentado me avisar, mas eu os ignorei , estava cega. Pois tudo sempre esteve ali, bem debaixo do meu nariz, Naquele dia senti o ódio em minhas veias como nunca havia sentido. Meus olhos ainda ardiam, a visão estava embaraçada, mas eu podia muito bem enxergar o tamanho do abismo em que eu havia me lançado. Eu estava fraca, sem forças ate mesmo para pedir socorro, naquele momento o que eu precisava mesmo era de descansar, mas por mais que eu quisesse não estava conseguindo o pavor já havia consumido minha alma. Durante dias permaneci ali imóvel. Apenas repetindo varias vezes a mim mesmo o que tinha acontecido. Muitos que passavam por ali uma vez ou outra diziam para que eu esqueçe-se e seguisse em frente, mas nunca diziam como. Certo dia um amigo me disse- hey, do que adianta você ficar ai se remoendo, é perda de tempo. Perguntei a ele o que deveria fazer e ele me disse que não sabia, mas que estaria ao meu lado independente de qual fosse minhas decisões. Outra vez uma velha amiga em que eu já havia me esquecido desceu ate ali e se sentou ao meu lado. Eu esperei que ela me abraça-se e me consola-se. Mas não, ela apenas se sentou. Aos poucos levantei o olhar e o dirigi ao seu, ele estava frio, comecei a reparar em seu rosto, foi então que percebi as quantas cicatrizes, logo pude compreender que aquele olhar não era de frieza. Mas sim um olhar de uma guerreira de longa data. Conversamos por algum tempo, não me recordo em detalhes o que me foi dito, mas sei que aquilo me fez compreender o quanto aquele abismo me ensinou e que agora era é de recomeçar. Agradecimentos ao meu querido amigo Rafael P. Cunha e a minha também querida amiga Jessica machado.

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