(para criar um clima de play no vidio-)
Acordei as oito e trinta e cinco aos berros e puxões de minha mãe, mas nem isso me tirou do serio, fui até o espelho e sorri; meu cabelo desta vez não estava tão ruim, pelo o contrario, estava sadio e bonito, e por um momento, por uma fração de segundos, eu A vi.Ela sorrio de volta, mas não era uma sorriso qualquer, era o sorriso sádico, perverso e malicioso. – calma, disse a mim mesma-você só esta dormindo um pouco... Ainda...; Escovei os dentes, prendi o cabelo com uma presilha, e voltei ao quarto evitando o espelho junto à cama, ao poucos peguei as roupas sujas, pois hoje era o dia de faxina.
Após colocar as roupas para bater, comecei a organizar o quarto, em seguida segui para sala, onde limpei a estante de livros e parti para o recanto de vasos. Ao pegar o primeiro tive que conter um espirro, a poeria era grande, coloquei a mão direita dentro com um pedaço de pano e um pouco de produto para a limpeza, mas então eu percebi; o vaso estava trincado, frágil, e com tanto tempo ali parado, estava também sem vida.
Senti a cabeça doer, a visão se tornou turva, eu ia vomitar, corri ao banheiro e senti o liquido quente que subia pela garganta queimando, quando enfim chegou à boca, me senti pior ainda, eu queria desmaiar, e quando abri os olhos vi que o que havia vomitando não era liquido, era uma espécie de gás, eu estava vomitando a mim mesma, a minha vida, meu corpo estava me rejeitando.
Um desespero tomou conta de mim e me vi em meio à lagrimas, gritei por minha mãe, mas então me lembrei que estava havia saído para fazer compras, eu queria gritar, queria chorar, mas não conseguia, só então percebi que minha boca ainda estava aberta, mas o gás subia agora pelas parede e se dissipava pela janela.
Cobri os lábios com as mãos e reuni forças para levantar, com as pernas bambas depois de muito tempo consegui chegar até a pia e então olhei para ele, para Ela. Novamente Ela sorria e desta vez ate piscou; havia muito tempo que eu não A via,e tinha certeza que todo aquela drama com minha alma havia sido causado por ela, que agora procurava espaço novamente para entrar,e minha mente perturbar; mas não parou por ai, agora sentia eu que minha cabeça explodiria a qualquer momento, era aquele zunido, e então a ouvi
– Não lute docinho, será pior.
– O QUE VOCÊ QUER? ME DEIXE EM PAZ,respondi
_ paz? Acha que terá paz sem mim? Veja só, o que você entende por paz docinho, mal começou a luta e já perdeu. Sabe que não conseguira sem mim. Vamos? Deixe-me ajudá-la...
E novamente o zunido, coloquei as mãos sobre os ouvidos e fechei os olhos; como sempre fazia quando minha mãe e meu pai discutiam a muitos anos para não ouvir as coisas horríveis que ele dizia, foi nesse momento que quase cedi, e então abri os olhos e A encarei com toda coragem e força que obtive em três segundos do pequeno balde de amor e ódio em meu coração e gritei: - NÃÃÃÃÃÃO; Então desmaiei.
Pensei ou imaginei ter acordado, mas me vi em uma sala de cinema, onde o filme era minha vida, vi quando fui indesejada, quando minha mãe sorrio para mim pela primeira vez, quando meu pai bebia e depois com ela gritava, vi quando eles se separaram, quando meu irmão com apenas dezesseis anos decidiu sair para trabalhar para nos tirar daqueles dias difíceis que se seguiram e mesmo assim ele sorria, vi quando minha mãe se casou outra vez, revivi as cenas mais horríveis da minha vida nos momentos seguintes, onde vi meu segundo irmão fugindo para não apanhar mais, vi quando minha mãe sofreu a dor de ser traída, mas ainda assim resolveu continuar, vi meu irmão que agora não tinha dezesseis mas vinte e três anos indo embora, nos deixando, senti a dor da partida, e foi então que prometi a mim mesma que nunca amaria, afinal. Este a mim já não existia. Mas então... As ultimas cenas que vi foram totalmente reviravoltas, eu me vi amando, e amando incondicionalmente, aponto de fazer qualquer coisa por este amor, qualquer sacrifício, porque este é o significado do amor, e para compreender é preciso amar demais, como eu naquele momento.mas existem sacrifícios que cobram mas do que podemos pagar. então me vi sozinha, lutando, correndo, derrubando tudo e todos por aquele amor, sozinha.
–so...zi...nha...- respondeu Ela em minha mente.
Eu fechei os olhos com muita força e então quando os abri novamente. Eu estava de volta, em frente ao espelho, há encarei novamente e devolvi o sorriso e então soquei com toda força o MALDITO espelho.
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