sexta-feira, 16 de março de 2012

Medos.

Estou com medo, muito medo. Já não durmo bem há dias, pois estou com medo. Medo de durmir, de sonhar, de vê-la, de ouvi-la outra vez. Recordo-me muito bem de sua voz calma e ao mesmo tempo conturdante, de seus cabelos duas cores e de sua boca cor de sangue me pedindo desculpas. Isso me causa arrepios até agora. Ando pelos corredores de minha casa, quase se escondendo, tenho evitado os espelhos. Pois foi neles que a encontrei. É incrível como ela aparece completamente diferente do que sempre me descrevem. Minha cabeça dói. A todo o momento ouço sua voz pedindo desculpas, parece até que ela não compreendeu que é tarde de mais. Sua pobre alma me persegue. Mas o que mais me tem preocupado são os lugares para aonde tem me arrastado. E às vezes quando me deito sinto algo frio em minha testa. Como se algo ou alguém a tivesse beijando-a. Mas as coisas pioraram desde aquele dia, me recordo de ter ido dormir cedo, pois teria provas no dia seguinte na escola. Mas quando acordei já não estava em meu quarto, e sim naquela extensa e negra tumba, aquilo me cansou náuseas e por fim acabei desmaiando, e ao acordar novamente, já não estava mais no que parecia um cemitério, me encontrara em um quarto de hospital, no qual havia uma jovem muito bonita que parecia estar quase em trabalho de parto, até que os médicos chegarem e a levarem pra outro lugar e novamente pareceu ter mudado de cenário e lá estava a mesma jovem com aquele lindo bebe que parecia ser uma menina, a jovem parecia decepcionada, não queria a criança, não queria amamentá-la, mas em fim ela concorda em amamentar, mais não conseguira, o menina chorava de fome, mais só depois pude compreender o motivo da falta de leite, a mãe era usuária de drogas. Olhar aquela criança, aos prantos, me causara um aperto enorme no coração, fiquei imaginando como a criança poderia ter nascido tão saudável, pois já vira casos de mães drogadas e na maioria das vezes as crianças nasciam com muitos problemas, ou as vezes nem nasciam, mas aquela menina era perfeita, e de repente já estava em outro lugar, era um quarto todo de madeira velha, que já cheirava a mofo, e lá estava aquele bebê e a jovem, ela a deixara na cama e agora estava ao canto da porta sentada. Parecia confusa. Até que alguém chega e o bebê leva consigo. Então outro vez me vejo em meu quarto, exatamente como havia me deitado, decidi ir até a cozinha beber um copo de água, e então o grande susto, lá estava aquela jovem, sentada, de cabeça baixa ao fim da grande mesa, ao notar minha presença ela a levanta, e dirigi o olhar a mim, mas em si não se tratavam de olhares e sim um grande fundo branco com pequenos rabiscos pretos, sabe era como o fantasma de “Craddock” naquele livro, acho que se chamava a “A estrada da noite”. Senti uma tremenda agonia naquele momento, pois ela se levantara e viera em minha direção, e cada vez mais rápido até em tão que sinto como se tivesse me atravessado, meu corpo gelou, mas em questão de segundos voltei ao normal e ao olhar para trás me vejo cara a cara com ela, não estava entendendo o porque de tudo aquilo, ela me pedia desculpa, enquanto tocava meu rosto molhado de suor com suas mãos geladas, tentei correr, mas minhas pernas não obedeciam, eu estava realmente com medo, mas meus braços me obedeciam então logo fechei os olhos tapei os ouvidos e comecei a gritar pra que fosse embora, até que me vi outra vez em minha cama e agora já era dia. Ainda não compreendo que tipo de perdão ela quer, pois até onde sei esse não posso dar, ela ainda esta aqui, ela ainda esta em mim. Sei que me visitara outra vez, mas novamente não a darei, creio que prescisa de mim para se libertar, mas ao inferno ela terá de enfrentar.

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